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“Tu, És Diferente!”

“TU ÉS DIFERENTE!!”
Alguém já ouviu esta frase de forma enfática?
Eu já. Muitas vezes. 

O que sentiste quando ouviste a frase?

Confesso que as últimas vezes que ouvi foi-me difícil, bastante mesmo. As palavras saíram como flechas que me empurraram para longe, porque ali não era o meu lugar. O coração sangrou de dor. A dor da rejeição incendiou-me. Voltou a abrir a ferida da infância, voltou a despertar memórias e dores adormecidas.

Foi esse rasgar de dor que me permitiu ir às profundezas do que estava atrás daquela frase, atrás daquela situação, atrás daquela dor que era maior do que eu.

E foi nesse encontro com a sombra que se fez luz e que, a seu tempo, tudo foi fazendo sentido.

Sim, todos somos diferentes. – Foi o meu pensamento inicial assim que recebi o embate.
Sim, eu sou diferente. – Concordei para mim assim que percebi a profundidade do que a vida me estava a pedir.
Soltei lágrimas de reconhecimento, gratidão e medo. Pois sabia que a vida estava, mais uma vez, a pedir-me para largar a velha pele onde não cabia mais, para deixar regenerar a nova pele (tal qual a serpente). Só quem se permite ir à dor, sem entorpecimentos e distrações, sabe que este período entre o largar a pele antiga e o nascer da nova pele, é um tempo de grande fragilidade e vulnerabilidade. É um tempo que precisamos nos amar e cuidar como se ama e cuida de uma criança. Porque, na verdade, é a nossa criança que está ferida e apenas nós podemos nutri-la e ampará-la.

Da minha experiência, as grandes metamorfoses da vida são precedidas por situações de dor em que a vida nos tira o tapete para que possamos crescer em solo desconhecido (fértil) e amadurecer as nossas virtudes e dons.

Este vazio entre o que foi e o que será pode ser muito doloroso mas é assim mesmo.

É quando paramos de espernear, lutar e resistir e nos rendemos (de alma e coração), que a vida traz um fluxo de luz e oportunidades diversas.

Partilho isto contigo para te convidar a refletir:

Se já ouviste esta frase (ou semelhante) e sentiste dor, rejeição, não pertença, … Questiona-te: será que é mesmo verdade?
Isto é, quanto de verdade existe nessa afirmação?
Não estarás a encolher-te, a calar-te, a ajustar-te, para caberes em lugares e formas que não têm dimensão para o teu Ser?
Não estarás a querer pertencer por medo do desconhecido, medo da solidão ou simplesmente porque acreditavas que ali seria sempre o teu lugar?

Quanto tempo já perdeste a tentar pertencer, a ser igual para ser aceite, ainda que inconscientemente?
Quanto tempo já perdeste com pessoas e contextos que não te valorizam, que tantas vezes não te veem nem te ouvem?

Eu tentei toda a vida pertencer e ter o meu lugar na família, mas… sou diferente. Só quando parei de me esforçar e magoar(me), percebi: sim, sou diferente!

Nem melhor nem pior. Apenas nasci para ser, fazer e ir a lugares que eles não vão. E está tudo certo. Só aí, criei espaço, permiti-me sentir o vazio do desconhecido. O vazio das possibilidades infinitas.

Se podes levar algo deste texto, que seja a reflexão de quanto de ti, consciente ou inconscientemente, estás a abrir mão para encaixar em lugares-pessoas-situações-relações que não acompanham a tua grandeza interior?

Voar dá medo mas é também das melhores sensações que já senti: alcançar o inalcançável. Expandir à dimensão do propósito da nossa Alma.

Quem não se permite partir, rasgar e soltar a pele velha, fica e ficará sempre confinado à dimensão dessa pela que já não serve, que aperta e magoa. Estagna, amarga, endurece, cristaliza e… perde o sabor e o sentido da vida.

Crescer dói! Crescer rasga o interior para que possa entrar a luz. Desmorona o velho para que possas construir o novo. Se o desenvolvimento pessoal e espiritual não são novidade para ti, saberás que ‘crescer’ é uma habilidade para a vida e que amadurecer é tornarmo-nos mestres nessa aprendizagem. 

Gratidão por todas as dores de crescimento, pois em cada morte do Eu antigo encontro um diamante reluzente que ilumina e me aproxima do Eu autêntico. Grata Vida, por todas as dádivas e mistérios. Viver-te é a verdadeira Revelação!

Follow your bliss! – C. Jung

Diana Feliz (181 Posts)

Diana Feliz, Terapeuta e Mestre de Reiki e Karuna. Professora de Yoga na Associação de Yoga Integral de Portugal. Fundadora do projeto SERFeliz, um projeto que nasce do coração. É lá que encontramos a nossa felicidade. Tem como pilares principais as técnicas e ensinamentos de dois métodos complementares: o Reiki e o Yoga, para inspirar pessoas a viver vidas mais felizes.


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