Nestes dias que cheiram a Natal, o trânsito fica infernal, os shoppings parecem uma onda gigante de gente pequenina onde a compra desenfreada deixa escapar a seleção cuidada na(s) prenda(s) escolhida(s). Compra-se porque é Natal. Gasta-se porque é usual. E poucos parecem questionar como vivem o Natal.
Desde sempre que amo esta altura do ano. Sempre tive o privilégio de ter um Natal muito bonito e Feliz em família. Somos muitos e entre os dias 24 e 25 vivo o Natal em quatro casas diferentes (mãe, tias maternas, avô e tios paternos). Desde sempre, me lembro do Pai Natal tocar a campainha à meia noite com o seu grande saco de prendas e as longas barbas brancas (ainda hoje é uma realidade para os meus sobrinhos). Distribuir uma prenda a cada um dos primos e naqueles breves minutos de excitação, o Natal enche-nos de alegria, euforia e amor. Depois a despedida do Pai Natal e a distribuição de prendas entre a família (algumas tão grandes como nós pequenos). Respira-se euforia, excitação e alegria genuína. Lembro-me de pouco dormir nesses dias. Deitava-me por volta das 4h e antes das 7h já estava a brincar com as novas aquisições.
Em pequena, esta época do ano era francamente Mágica! Mas a magia parecia esfumar-se assim que o Natal chegava ao fim deixando uma atmosfera simultaneamente vazia e pesada de quem tem que esperar (precisamente) um ano para repetir todos aqueles momentos de pura felicidade. Era o reverso do Natal…
Fui crescendo e a magia natalícia foi-se diluindo no tempo como quem procura reviver sentimentos ao contemplar uma fotografia antiga, mas nem por isso revive o momento… Somos uma família grande mas crianças (por enquanto) temos duas, os meus sobrinhos. Com eles revivemos a magia e euforia do Natal. Há mais tolerância no ar e todos parecem sentir mais com o coração.
Hoje, vivo o Natal com a mesma alegria (de garota) no coração mas com uma consciência mais amadurecida que me permite sentir o Natal não como um breve momento isolado no ano mas como um acontecimento que estendo – sob diversas formas e feitios – aos restantes 363 dias. Não me é alheia a tristeza e solidão de tantos que vivem sem as necessidades básicas de afeto, abrigo e alimentação e vestuário, satisfeitas. Mas não é só no Natal que sinto essa compaixão. Nem é só no Natal que faço oferendas (mais que prendas, surpresas simbólicas, experiências, abraços e carinho). É quando vivemos genuinamente o espírito natalício em qualquer dia do calendário que nos sentimos melhor e mais felizes.
A tendência geral é procurar incessantemente a felicidade no exterior seja nas outras pessoas: ”quando encontrar o homem/mulher que me ame verdadeiramente, serei feliz”, objetos desejados: “quando tiver aquelas botas, mala, carro, casa fantástica, serei feliz”, situações objetivo: “quando tiver um filho, saberei amar e serei feliz; quando conseguir a sustentabilidade do meu projeto de sonho/negócio serei realizada e feliz”. Quantas vezes as pessoas alcançam os seus desejos e não se sentem realizadas? Não vivem em paz e serenidade com medo de perder o que já conseguiram ou desejando obter os ‘novos’ desejos do momento.
A vida tem sido uma Maestra exímia para mim e agradeço as diversas aprendizagens, em momentos de alegria e de tristeza, inspiração e frustração. Acima de tudo, tenho aprendido a viver com serenidade, confiança e alegria mesmo nos momentos mais difíceis e exigentes. Hoje, não tenho dúvida de que menos é mais. E que precisamos de muito pouco para sermos Felizes. Hoje, sei que a Magia não está no Natal mas sim em cada instante da vida. Sim, a vida é mágica e felizes são os que ousam viver a sua magia.
Estas aprendizagens não vieram de conquistar terceiros, objetos ou situações/objetivos. Estas aprendizagens nasceram de mim, através da prática das filosofias de vida do Reiki e do Yoga. Que me inspiram diariamente a viver o momento presente com serenidade no coração, foco na mente e poder na ação. A dor não deixa de existir, nem a frustração ou o medo. A sua abordagem e vivência é que muda e muito.
Todos os dias são dias para aprender e praticar, para crescer e evoluir, para sorrir e partilhar.
Descobrir-me e reinventar-me.
A paz faz parte de mim. A felicidade está em mim. É quando decidimos comprar o bilhete para a nossa maior e mais fantástica viagem: a jornada interior, que nos permitimos conhecer o verdadeiro significado da paz, felicidade, harmonia, amor e abundância.
Sou muito grata por tudo o que sou e tenho na minha vida. Todo o amor que me cerca, oportunidades e evolução que a vida oferece.
Um agradecimento especial a ti, querido leitor, paciente, aluno, amigo, por me inspirares a SER, cada vez mais, o melhor de mim.
Feliz Natal para TODOS NÓS! 🙂
Oi Diana,
Muito obrigado por publicar esse lindo post. Você conseguiu por em palavras tudo o q sinto sobre o Natal hoje também, me identifiquei com cada parágrafo.
Irei continuar acompanhando seu trabalho. Parabéns!
Continue sendo feliz e bom natal para todos os próximos 364 dias! 😉
Olá Guilherme. Bom saber que há mais ‘Natais Felizes’ sem dias marcados!
Grata pelo comentário. 🙂