Hoje, dia 2 de Outubro, celebra-se a o Dia Internacional da Não-Violência. Ahimsa, é assim que se chama o 1º dos 10 Princípios éticos do Yoga (Yamas), e significa, exatamente, não-violência. Estes princípios fazem parte de uma filosofia milenar cujos ensinamentos intemporais continuam a enriquecer a vida daqueles que os integram no seu dia-a-dia, gerando vidas mais saudáveis, produtivas e felizes.
A prática deste princípio (Ahimsa), vai muito para além do óbvio. Remete, acima de tudo, para a prática da não-violência para com o próprio. A prática começa quando nos concentramos em não fazermos mal a nós mesmos. Ahimsa – a não violência- é o primeiro princípio porque precede a prática de todos os que lhe seguem (veracidade – 2º Princípio, não-roubar – 3º Princípio, …). Se mentirmos ou sabotarmos alguém, estamos, antes de mais, a mentir ou sabotar nós mesmos, logo, a fazermos mal a nós próprios. Da mesma forma, à medida que ganhamos mais consciência da prática da não-violência, vamos criando alicerces mais sólidos que sustentam todo o nosso desempenho na prática procedente. Pode parecer estranho e até contra-natura mas a verdade é que o infligimos mais vezes do que as que gostaríamos e/ou nos apercebemos. Fazer mal a nós próprios, traduz-se numa atitude auto-destrutiva que vai desde comer excessivamente, consumir substâncias como o álcool, o tabaco, a cafeína e o açúcar, em quantidades elevadas; ficarmos stressados com o excesso de trabalho e o défice de descanso; anularmos a nossa vontade em detrimento de dar voz à vontade do outro, entre tantos outros exemplos.
A grande parte das atitudes autodestrutivas são geradas por sentimentos de culpa e de medo. A prática da não-violência é uma forma saudável de diminuir esses sentimentos. Simultaneamente, ao praticarmos a não-violência adquirimos um verdadeiro auto-respeito, que nos permite apreciar e usufruir das nossas maravilhosas capacidades mentais, emocionais e comportamentais. É essa capacidade de nos Amarmos, Respeitarmos e Sermos que é a essência de uma existência plena de significado e felicidade.
Com a prática do Yoga, vamos tornando-nos mais conscientes e conhecedores de quem somos e isso traz-nos a oportunidade de exercer escolhas conscientes sobre nós e sobre as nossas vidas. Aprendemos a gostar de nós e a respeitarmo-nos e, por isso, deixamos de comer ou beber em excesso pois temos consciência que tal conduta diminui o nosso equilíbrio e bem-estar. Sobretudo, deixamos de sentir essa necessidade porque já não há vazio para “preencher” com excesso de comida, nem angústias para “afogar” na bebida ou “esconder” com o fumo do tabaco. E por ser assim, tão natural, não nos exige esforço, simplesmente acontece. O único esforço que nos é exigido é o de sermos bons praticantes, já dizia Sri K. Pattabhi Jois: “practice and all is coming”.
Namaste 🙂